O heroi nacional Nelson Rolihlahla Mandela nasceu em 18 de julho de 1918, em Qunu, região do Transkei, de etnia xhosa.
Ele ajudou a fundar o ANC Youth League (Liga da Juventude destinada a pessoas entre 14 e 35 anos com o objetivo de ensinar como construir e resolver problemas da juventude).
A partir de 1952, iniciou uam viagem pelo país organizando resistência à legislação discriminatória vigente na África do Sul. Formado em direito, continuou lutando contra o apartheid até ser preso em 1962. Mesmo na prisão, ele já era um heroi e um símbolo da igualdade e justiça social.
Local onde Nelson Mandela esteve preso.
Fonte: Arquivo Pessoal
Aos 72 anos, em 1990, 27 anos após sua prisão Nelson Mandela foi libertado.
Local onde Nelson Mandela esteve preso.
Fonte: Arquivo Pessoal
Aos 72 anos, em 1990, 27 anos após sua prisão Nelson Mandela foi libertado.
Em 1993 recebeu o Prêmio Nobel da Paz e em 1994, tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul. Comandou a transição do regime de minoria branca e dividida para um governo democrático.
Nelson Mandela
Poster oficial como presidente da África do Sul
Poster oficial como presidente da África do Sul
http://www.africa-turismo.com/africa-do-sul/mandela.htm
Era 20 de junho de 1980, Aduoa acorda e percebe o sol entrando pela fresta das madeiras que compõem a parede do quarto. Sente-se bem, apesar do desconforto causado pela barriga nos últimos 3 meses. Abimbola dá sinais que está prestes a nascer. O pequeno chuta, a mãe sorri, não sabe ao certo se mais de alegria pela chegada do primogênito ou se de preocupação por não saber como será sua vida dali para frente.
Yejide, mãe de Aduoa já está no quintal, lava algumas peças de roupas doadas para Abimbola. Olha para a filha e, em seguida para a barriga dela, sorri aberto mostrando os poucos dentes apodrecidos na boca e diz:
Deixe a liberdade reinar
Por Cinthia Jardim
Nelson Mandela comemorando sua liberdade com o povo sul-africano
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDpz23MErFBu8qTdReTv9H1YzpXARH68_8hRbh_R4xxTqIolrtB7tOKnWtwd4NEtrlLAHVw6K_SJmeuFn9Ukm6jdhALmhEwLgiicsJ74oaxXv5KEcrLyvsi5vMp2vOoWkaR0EPc9dRYMI/s1600/20080719005746.jpgEra 20 de junho de 1980, Aduoa acorda e percebe o sol entrando pela fresta das madeiras que compõem a parede do quarto. Sente-se bem, apesar do desconforto causado pela barriga nos últimos 3 meses. Abimbola dá sinais que está prestes a nascer. O pequeno chuta, a mãe sorri, não sabe ao certo se mais de alegria pela chegada do primogênito ou se de preocupação por não saber como será sua vida dali para frente.
Yejide, mãe de Aduoa já está no quintal, lava algumas peças de roupas doadas para Abimbola. Olha para a filha e, em seguida para a barriga dela, sorri aberto mostrando os poucos dentes apodrecidos na boca e diz:
- Adu, minha filha, pode voltar a se deitar, Abimba vem hoje mesmo, bem que percebi que hoje seria um dia diferente.
No mesmo dia Abimbola nasce, apesar de Yejide ser parteira a muitos anos, Aduoa teve um parto complicado, perdera muito sangue e teve de ser levada às pressas para um hospital.
Eram tempos difíceis, a África do Sul era governada pelos brancos de origem europeia (holandeses e ingleses) que governavam em benefício próprio em detrimento de direitos básicos aos negros.
Yejide viveu as consequências do apartheid, viu 3 netos morrerem de diarreia, contaminação alimentar e cólera por não terem saneamento básico e atendimento médico adequado, além de seus outros 2 filhos vítimas da AIDS que infestava os bantustões (bairros só para negros). Aduoa e agora Abimbola eram a única família que lhe restara.
Yejide pediu ajuda aos vizinhos para ir ao hospital que ficava longe dali. A criança enrolada em uma fralda nos braços da avó, Aduoa desmaiada numa maca na calçada e uma longa fila de pessoas em todas as situações: doentes terminais de AIDS, baleados, acidentados, idosos... negros.
Mulher sul-africana e sua filha
De repente um grupo de jovens animados passa distribuindo panfletos com uma foto de Nelson Mandela e os dizeres: "Unam-se! Mobilizem-se! Lutem! Entre a bigorna que é a ação da massa unida e o martelo que é a luta armada devemos esmagar o apartheid!"
Por um momento Yejide se esqueceu de onde estava, abriu um sorriso largo e disse para um dos rapazes do grupo:
- Mas Madiba é um danado mesmo, nem as grades da prisão podem calar sua voz. Será que meu pequeno Abimba ainda verá nosso povo livre? - disse apontando para o bebê.
O rapaz retribuiu ao sorriso e, tomando Abimbola nos braços disse:
- Verá sim, nós veremos.
Aduoa já está morta quando é atendida, a hemorragia não foi contida a tempo e a jovem perdera sangue demais. Yejide não chora, sua vida a tinha feito forte, sabia que se lamentar não mudaria nada. Ao contrário, quis se alegrar e crer que Abimbola ainda veria a África do Sul livre pelas mãos de um negro, pelas mãos de Madiba. Que o neto poderia se casar com uma branca caso a amasse de verdade, que poderia andar por onde quisesse sem ser proibido pela cor de sua pele, que teria uma educação de qualidade.
É 11 de fevereiro de 1990, Abimbola está no terreno abandonado em frente sua casa jogando futebol, quando ouve a alta comemoração que vem de longe; meninos, meninas, homens e mulheres correm cantando um hino tão conhecido por ele, o hino da África do Sul:
Soa o chamado para nos unirmos,
E juntos, nos fortaleceremos.
Vivamos e lutemos por liberdade,
Na África do Sul, nossa terra
- O que aconteceu? - pergunta o menino para um dos passantes.
- Madiba está livre! Lutemos por liberdade!
Abimbola corre para dentro de casa, a avó está em prantos em frente a televisão. Todas as emissoras sul africanas noticiam a liberdade de Nelson Mandela 27 anos após sua prisão por conta de sua luta contra a segregação racial.
O menino abraça a avó que durante os 10 anos de sua vida lhe ensinara sobre Nelson Mandela, o homem que libertaria a África do Sul tão logo ele mesmo fosse livre.
Corre para a rua e olha o sol imponente que se põe à sua frente e uma frase de Madiba ecoa em seus ouvidos: "deixe a liberdade reinar. O sol nunca brilha tão glorioso como diante de uma conquista humana."
Meninas vivenciando a liberdade
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixTFodznPwCuXcvW84XbyFOgGXL7bPGxC_j2E9EzjiQqbfHRZTQk7mySW_F5hZXzqF_uQ3oKJEfDU5pFi6GKgqrFl8nbdhWcSZQ70ZTxtUBXXOTl2H_gCRK7arf8ox8_CjY6pPvVhuCMNU/s1600/africa+do+sul.jpg
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixTFodznPwCuXcvW84XbyFOgGXL7bPGxC_j2E9EzjiQqbfHRZTQk7mySW_F5hZXzqF_uQ3oKJEfDU5pFi6GKgqrFl8nbdhWcSZQ70ZTxtUBXXOTl2H_gCRK7arf8ox8_CjY6pPvVhuCMNU/s1600/africa+do+sul.jpg