A economia sul-africana até a I Guerra Mundial baseava-se na agricultura e mineração (diamantes e ouro). Após a II Guerra Mundial, a indústria começou a se desenvolver e atualmente é um dos setores mais lucrativos da economia do país. O principal deles é o turismo.
Com cerca de 18% do PIB total do continente africano e 45% da produção de minérios, a África do Sul é o país mais rico e industrializado do continente.
Também, possui a bolsa de valores de Johannesburgo que representa 17ª maior do mundo e setores financeiros de: energia, comunicações e transportes bem desenvolvidos.
Com os recursos naturais em abundância, a África do Sul é a maior produtora mundial de ouro, platina, cromo, vanádio e manganês. É, também, grande produtora de diamante, urânio e gás natural, dentre outros. No ano 2000, a platina foi a maior fonte de renda do país, ultrapassando o ouro.
Contudo possui muita desigualdade social e a taxa de desemprego de 21,7% (dados de 2008), é uma das maiores do mundo. Metade da população vivia abaixo da linha de pobreza, até o ano 2000.
Moeda
A unidade monetária é o Rand ("R"). Um dólar corresponde a cerca de 6 Rands e, um Real, a aproximadamente 2 Rands.
Cédulas da África do Sul
Fonte: Arquivo Pessoal
Fonte:
http://www.africa-turismo.com/africa-do-sul/economia.htm
A influência da URSS na luta armada sul-africana antiapartheid
Por Mariana Sales da Silva
Os partidos da Congress Alliance, opositores ao governo Sul-africano que implementou a política de segregação racial, o Apartheid, necessitavam de recursos para manter-se.
A partir disto, os integrantes do Partido Comunista Sul-Africano (SACP), começaram então, uma busca internacional para a captação de recursos. Por intermédio do partido comunista da Grã-Bretanha, foi feito o primeiro contato com a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas).
A SACP solicitou o apoio financeiro dos soviéticos, o que foi prontamente atendido.
Até este momento o partido comunista sul-africano já cogitava, há algum tempo, a possibilidade de ingressar na luta armada contra o governo de seu país, porém, outros partidos como o ANC (African National Congress) não concordavam ainda com as idéias de confronto armado.
No entanto, a carência de recursos financeiros por parte do ANC facilitou o contato com os soviéticos, assim, uma aliança foi formada entre a União soviética e os dois partidos de maior importância na oposição Sul-africana.
A decisão de começar uma luta armada pode não ter sido sugerida pelos aliados soviéticos, porém, certamente foi apoiada por eles, pois, a União soviética tinha interesse na África do Sul, não só pelo ponto geograficamente estratégico mas também por suas riquezas minerais.
Seria de grande valia para a URSS, que vivia o período da Guerra Fria com os Estados Unidos, conquistar um território tão representativo no continente africano.
Além de fornecer apoio financeiro os soviéticos também treinavam os guerrilheiros Sul-africanos em alguns países da África, como Gana e Guiné Conakry.
O conflito entre a China e a União Soviética exigiu um posicionamento por parte do movimento revolucionário Sul-africano, por também manter uma aliança com os chineses. Após prolongar ao máximo esta decisão de assumir um posicionamento definitivo, acabaram por favoráveis aos soviéticos, o que ocasionou a perda do apoio Chinês o ANC e SACP.
O governo da África do Sul aboliu então os partidos de oposição tornando-os ilegais e prendendo vários de seus lideres como Nelson Mandela, um dos líderes da ANC (Congresso Nacional Africano).
Com isso, tanto o partido comunista como o ANC começaram a agir no exterior, a União soviética passou então a treinar os soldados da força revolucionária sul-africana em seu próprio território.
Em meados dos anos 60 calculava-se que já havia meio milhão de guerrilheiros bem treinados pelos soviéticos.
A sede da liderança revolucionária estava situada na Tanzania, no continente africano, este país, porém, alinhou-se com a China e expulsou os soldados, bem como, a liderança do ANC e SACP de seu país.
Os soviéticos viram então a oportunidade de ter controle total sobre as forças revolucionárias, seus aviões transportaram os soldados e lideranças revolucionárias sul-africanas para território da União soviética.
A esta medida, além de treinar soldados, a URSS também formava médicos e enfermeiros, e muitos líderes das forças revolucionárias estudavam em universidades soviéticas.
Com isso aumentou-se propositalmente a dependência por parte do braço armado do ANC, e do partido comunista Sul-africano, para com os soviéticos.
Por volta de 1973, surgiu o conceito de “Assalto Total”, em que, liderados pelos soviéticos, a revolução Sul-africana derrubaria o governo do país, o qual seria substituído por uma maioria negra, porém, estes seriam controlados pela URSS.
Assim, dominariam a Rota do cabo, controlando o abastecimento de petróleo da Europa, e também as riquezas naturais sul-africanas, para que, a Europa Ocidental dependesse exclusivamente da União Soviética, o que a afastariam dos Estados Unidos.
Isto, porém, não se concretizou. O governo Sul-africano adotou medidas que impedissem tal ato.
A luta armada revolucionária Sul-africa não obteve grande sucesso no intuito de acabar com o regime do Apartheid. Pode-se dizer que a luta política contribuiu de maneira mais eficaz para isto, principalmente do Congresso Nacional Africano (ANC), em âmbito internacional.
Pois com a dissolução da União das Republicas Socialistas Soviéticas as forças armadas perderam totalmente o apoio financeiro, impossibilitando ações de maior impacto na luta contra o governo e sua política de segregação racial.