domingo, 1 de maio de 2011

Saúde

  Na África do Sul o risco de contrair doenças transmitidas por água e alimentos (hepatite A, intoxicações alimentares, diarreia, cólera) é grande, devido às más condições de saneamento básico em locais mais pobres.
 Também há riscos de contrair doenças transmitidas por insetos (malária) e carraptos (riquetsioses).
 
Aids

É a maior epidemia da África do Sul, e matou em 2006 cerca de 960 pessoas por dia, apenas na Cidade do Cabo, de acordo com a pesquisa realizada pela Sociedade Sul-Africana de Estatística e pelo Conselho Médica de Pesquisa. Realizada a cada dois anos, nessa pesquisa  foi constatado que no segundo semestre de 2006, dos 48 milhões de habitantes, 5,4 milhões foram contaminados. Por consequencia houve redução na estimativa de vida, que era de 63 anos e caiu para 51. Outra constatação é que apenas 230 mil pessoas infectadas têm acesso ao tratamento da doença.

                                        Local onde alguns aideticos ficam isolados.
                                                 Fonte: Arquivo Pessoal


Fontes:  http://www.cives.ufrj.br/informacao/viagem/protecao/africa/as-iv.html
http://www.mundoeducacao.com.br/geografia/africa-sul-aids.htm


                                          Matança Silenciosa
 Por Mirella Portiolli

  Com o fim do Apartheid, em 1990, a África do Sul vem tentado se reerguer economicamente e como nação. A segregação racial tornou o país extremamente desunido, o que enfraquece qualquer economia e aumenta a disparidade social, já que não há trabalho pelo todo. Na África do Sul há pessoas muito ricas convivendo com outras absolutamente pobres.
 
  Antes e durante o Apartheid o problema principal era a diferença na cor, entre negros e brancos. Atualmente a desunião consiste nas diferenças de tribos, estrutura financeira e ainda o preconceito, agora, social. Um exemplo desse tipo de preconceito é em relação a AIDS. Estudos recentes apontam que mil pessoas morrem a cada dia na África do Sul. É uma epidemia gravíssima, que afeta 11% da população mundial e ainda sim é tratada de forma velada pelos sul-africanos, como em algumas tribos que nem o nome da doença é dito. Referem-se a ela como “aquela coisa”. A AIDS diminuiu a média de vida do povo sul-africano em cerca de dez anos. E o preconceito apenas coopera na disseminação do problema, já que não há troca de informações com intuito de prevenir novos casos e nem como descobrir no inicio e diagnosticar os já infectados.
  
  A maior parte dos diagnosticados com a doença são mulheres entre 20 e 24 anos. O número de homens infectados também é elevado e essa defasagem, também, acarreta problemas econômicos. Muitas empresas não oferecem auxílio funerário e antibiótico, que são necessidades básicas, e mesmo as que oferecem tem que lidar com um aumento de 6 a 8% no custo de sua folha de pagamento além da baixa de seus funcionários. Algumas empresas não conseguem lidar com esse déficit e vão à falência. A taxa de aidéticos desempregados é alta, por preconceito ou avanço de sua doença não conseguem um emprego. Afetando diretamente a economia que de acordo com pesquisas em dez anos teve seu PIB diminuído em 4%, ou seja, calcula-se que US$7 bilhões tenham sido perdidos.
 
  O investimento do governo também é baixo na ajuda aos infectados, estima-se que US$10 bilhões de dólares sejam destinados anualmente para tratar a AIDS. Esse orçamento não possibilita nem financiar o tratamento com AZT (medicamento eficaz na luta conta o vírus HIV) de gestantes contaminadas para não transmitirem a doença para seus bebês.
 
  Por muito tempo os líderes sul-africanos ignoraram a existência da AIDS, tal qual o mundo ignora muitos acontecimentos daquele continente. E uma nova luta vem sendo travada pela população sul-africana que comemorou o final do Apartheid mas que há anos vive essa nova segregação e assiste à morte de seu povo, imersos na ignorância de seus líderes que permanecem importando-se muito pouco com os sul-africanos.

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